Definitivamente, este não é para destruir
"Ei? Gravas-me o novo PES?"
Sabem como se costuma dizer: bom filho à casa torna. Neste caso, bons filhos. Depois do memorável "No Country for Old Men", os irmãos Coen regressam em grande forma ao delicioso e cruel humor negro que os celebrizou.
A última vez que vimos os Coen a tentar fazer algo do género foi em 2004 com o insípido e desapontante remake de "The LadyKillers", que levou a comunidade cinéfila a perguntar se os bons irmãos não teriam perdido o jeito para estas coisas. Felizmente, por agora, não parece haver razões para duvidar.
"Burn After Reading" é cruel (ou se não, vejamos o que o destino reservou ao mais pacífico e simpático dos personagens), é selvagem e moralmente pouco aceitável, mas… bolas tem um piadão.
Pode-se dizer que, com esta obra, os Coen criaram a definitiva ode ao absurdo e à paranóia de uma sociedade com sede de conspirações. Para isso deram vida a personagens absurdas e egoístas, atiraram-lhes algo que lhes desse uma oportunidade de viajar a um universo desconhecido, onde pudessem dar alguma emoção e condimento a uma existência invariavelmente monótona (as informações secretas actuam como típico MacGuffin que vai, invariavelmente, perdendo importância ao longo do filme) e sentaram-se a ver o destrutivo e inevitável desfecho.
A última vez que vimos os Coen a tentar fazer algo do género foi em 2004 com o insípido e desapontante remake de "The LadyKillers", que levou a comunidade cinéfila a perguntar se os bons irmãos não teriam perdido o jeito para estas coisas. Felizmente, por agora, não parece haver razões para duvidar.
"Burn After Reading" é cruel (ou se não, vejamos o que o destino reservou ao mais pacífico e simpático dos personagens), é selvagem e moralmente pouco aceitável, mas… bolas tem um piadão.
Pode-se dizer que, com esta obra, os Coen criaram a definitiva ode ao absurdo e à paranóia de uma sociedade com sede de conspirações. Para isso deram vida a personagens absurdas e egoístas, atiraram-lhes algo que lhes desse uma oportunidade de viajar a um universo desconhecido, onde pudessem dar alguma emoção e condimento a uma existência invariavelmente monótona (as informações secretas actuam como típico MacGuffin que vai, invariavelmente, perdendo importância ao longo do filme) e sentaram-se a ver o destrutivo e inevitável desfecho.
Texto publicado na íntegra aqui.