Dark: Aquilo que não sabemos é um oceano
Comecei a ver Dark porque mo venderam como uma espécie de Stranger Things alemão. Continuei a ver porque aquilo que encontrei foi tudo menos um Stranger Things alemão.
A série começa com um suicídio e um desaparecimento (ou será o contrário?). Depois vêm os cadáveres, a gruta e o chocolate (ainda se lembram do tempo em que o Twix se chamava Raider?). Todos parecem suspeitos e os sintetizadores parecem saber o que se está a passar. Os mistérios vão-se acumulando, as dúvidas multiplicam-se e os personagens, esses, são mais do que as mães.
Desde o início que os criadores Baran bo Odar e Jantje Friese nos conquistam com o desconhecido. Enchem uma pequena localidade de mistérios, apresentam-nos os personagens e convidam-nos a dar uma voltinha (os sacanas sabem que não vamos querer sair a meio). É uma espécie de Lost, se o Lost fosse alemão... ou bom.
E depois há os paradoxos. Montes deles. Mas aqui não são defeito mas sim feitio. Eles explicam-nos tudo (na medida do possível) e nós acreditamos porque... enfim, ciência.
O mais difícil de Dark é lembrarmo-nos de todos os personagens, de quem são filhos e pais e de como é que isso pode estar relacionado com outros filhos e pais. Talvez um elenco mais pequeno resolvesse a questão mas o universo de Dark perderia parte do seu encanto (e nunca fez mal a ninguém puxar pela cabeça).
Não sei se vai haver uma segunda temporada. Ainda há perguntas sem resposta, nem que seja para enriquecer a mitologia. O mistério, de um modo geral foi resolvido. E eu fiquei satisfeito.