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Ok, a Disney comprou a Fox. E agora?

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Finalmente aconteceu. Depois de semanas de especulação, a Disney anunciou oficialmente a compra da 20th Century Fox pela módica quantia de 52 mil mihões de dólares (o comunicado completo aqui). E agora? O que é que isso significa para a indústria? 

Vamos por partes.

Para além da Marvel ficar praticamente toda reunida no mesmo sítio (os X-Men, o Deadpool e os Fantastic Four podem finalmente juntar-se ao MCU), o acordo tem alguns contornos que me parecem mais relevantes.

Em primeiro lugar, este acordo é a prova de que a Disney pretende ir com tudo o que tem e não tem para cima da Netflix. A Disney já tinha anunciado os planos de expansão para o mercado do streaming, com o fim anunciado do acordo com a Netflix e a criação de uma plataforma própria. Com este negócio, quando a anunciada Disneyflix for lançada (não se vai chamar assim, obviamente, mas percebem a ideia), vai ter o apoio do catálogo da 20th Century Fox, Marvel Entertainment, Lucas Films, ABC, ESPN, Disney Channel, Disney Animation, Disney Motion Pictures, Pixar e Blue Sky. Coisa pouca portanto.

Por outro lado, a Disneyflix não só pode chegar mais cedo do que se pensa, como pode já estar aqui. Este acordo dá à Disney mais 30% da Hulu. Ou seja, passa a ter 60% da plataforma de streaming, uma maioria jeitosa que lhe vai permitir evoluir uma marca que tem vindo a ganhar algum prestígio (The Handmaid's Tale é um original Hulu, por exemplo), em vez de criar do zero.

Caso o Departamento de Justiça dos Estados Unidos venha a colocar entraves no negócio (recorde-se que, recentemente, os reguladores impediram a aquisição da Warner pela AT&T), a Disney pretende defender-se precisamente com o facto de precisar de aumentar os ativos para se defender da Google, Facebook, Amazon.com e Netflix (para além de que, se o negócio não acontecer, a Disney tem de indemenizar a Fox em 2500 milhões de dólares).

Há ainda uma novidade que me parece trazer algumas implicações interessantes. A Disney vai ficar com a Blue Sky, o estúdio responsável pelos Ice Age, Rio, Ferdinando, The Peanuts Movie e uma das (poucas) alternativas à casa do Rato Mickey no mercado norte-americano. Não me parece que a animação da Disney possa ser assim tão fragmentada. A diferença entre a própria Disney Animation e a Pixar começa a esbater-se e tenho dúvidas que as três possam conviver durante muito tempo. Pelo menos nestes moldes.

E passamos para aquilo que mais tem preocupado a Internet. O que vai acontecer com o filmes mais "adultos" da Fox? Sinceramente não acredito que venham a sofrer alguma espécie de censura. Não nos podemos esquecer que nos anos 90, a Miramax, a Dimension e a Hollywood Pictures pertenceram à Disney. Ou seja, o Scream, o The Crow e até um Halloween foram aprovados pela Disney. 

O problema é que inconscientemente, só o facto de saber que os Simpsons, o catálogo MacFarlane e o Alien estão dependentes de uma companhia tão familiar e possessiva como a Disney, causa-me um pequeno arrepio na espinha.

E afinal de contas a concorrência estimula a criatividade, não é? E quando acabar esta bolha dos super heróis, com o que é que vamos ficar? 

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