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"The Da Vinci Code"



"Why is it divine or human? Can't human be divine?"

Este é um daqueles casos em que me deixei claramente influenciar pela opinião generalizada do público e da crítica (é o que acontece quando tentamos saber demasiado de um filme antes de ser-mos nós próprios a vê-lo). Mas ao contrário do que se possa pensar, essa influência acabou por resultar benéfica para o filme, porque, sejamos sinceros, estava à espera de muito pior.

Estava à espera de uma realização medíocre, e resulta que afinal a realização é bastante competente, estava à espera de um Tom Hanks amorfo com rasgos de Steven Seagal, e afinal o seu Langdon até vai de encontro com o "meu" Langdon, estava à espera de um filme demasiado grande e previsível e tive... ok, um filme demasiado comprido e previsível... mas com o buzz que se gerou em torno do livro através dos contra-livros, documentários, e polémicas em geral, era difícil conseguir surpreender alguém com este material (a menos, claro que esse alguém tivesse vivido os últimos três anos debaixo de uma pedra).. em suma, estava à espera de um objecto execrável "a la Uwe Boll" e obtive um filme competente. Nada mais, mas principalmente nada menos do que isso.

Agora tentando abstrair-me de todas as expectativas, opiniões e polémicas, posso dizer que "The Da Vinci Code" como produto meramente cinematográfico peca essencialmente por dois factores: O seu tamanho exageradamente longo e o argumento deficiente que não consegue criar os devidos laços de proximidade entre os protagonistas e o público (o que num filme destes é um grande problema). Se eu não conhecesse já o Langdon de outras plataformas necessariamente mais descritivas, estar-me-ia nas tintas para o personagem que me foi apresentado, o mesmo se passando com a Sophie cuja backstory foi visivelmente inserida à pressão apenas para se seguir à risca a narrativa do livro, esquecendo-se que o que melhor resulta por escrito nem sempre é o que melhor resulta encenado. Akiva Goldsman poderia ter começado o filme de uma outra maneira, inserindo o passado de Sophie de um modo mais natural, e misturando alguns elementos de "Angels and Demons", para se tentar criar maior próximidade entre o público e Robert Langdon. A sua tentativa de conquistar os fãs do livro, seguindo a mesma linha narrativa, acabou por afastar quer esses mesmos fãs, quer os fãs do cinema em geral.

De resto, o filme visualmente está bastante acima da média, as representações estão q.b. (tirando Ian McKellen que está bem lá o no alto, como sempre aliás), a banda sonora cumpre a sua função, e teria sido um excelente thriller se não fosse pelo seu excessivo tamanho e pelo ritmo demasiado literário (e consequentemente demasiado lento), fruto da falta de liberdade criativa do argumentista que não soube aproveitar os muitos diamantes cinematográficos presentes no livro (o que nunca pensei ser um problema para ele, já que em "Batman & Robin" tomou demasiadas liberdades...).

Como está é apenas... funcional...

(6/10)













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