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"The Prestige"



"Are You Watching Closely?"


Este era um dos filmes que aguardava com mais impaciência desde que os nomes dos elenco começaram a saltar para a luz do dia. Com tanto talento junto nada poderia correr mal.

E a verdade é que não correu.

Em "Prestige" mais do que um filme sobre o ilusionismo (mais propriamente um "spy vs spy" da magia), estamos perante um ensaio sobre a natureza humana, em particular a obsessão e vingança. Um "Moby Dick" com mágicos do século XIX, cuidadosamente trabalhado e inteligentemente apresentado em várias camadas sem nunca se tornar pretensioso.

Aqui não há uma grande revelação que sai assim do nada. Se, tal como diz a tagline, estivermos a olhar com atenção, conseguimos chegar mais ou menos lá (porque no final haverá sempre algo de novo), em três quartos do filme, sem que a experiência tenha sido menos interessante por isso.

Estamos perante um inovador e contínuo exercício de dúvida. Ao longo do filme, e revelação atrás de revelação, o espectador é chamado a intervir e a tentar adivinhar o que se está a passar. As pistas estão lá todas. Não há um momento para descansar. Só há que observar bem de perto e juntar tudo. Uma autêntica experiência cinematográfica.

A Christopher Nolan e ao seu trabalho (bem como ao do seu irmão co-argumentista Jonathan) não podemos apontar nada. Mais do que simplesmente competente, a realização tem o dom de estruturar a narrativa, de forma a que tudo - mais do que previsível - pareça simplesmente lógico. E claro... com um elenco destes, o trabalho fica facilitado.

Bale é daqueles actores que mesmo que se esforçasse não conseguiria fazer nada mal. O seu personagem irradia bipolaridade por todos os poros, sendo um dos personagens mais fascinantes a surgir no ano cinematográfico que hoje acaba. Jackman continua a confirmar a minha teoria de que é actor a mais para a maioria dos filmes quem têm feito até agora. Scarlett, como todos sabemos, é mais que uma cara bonita, Michael Caine é... Michael Caine. E a dupla David Bowie/Andy Serkis tem tanto de caricata como de interessante

Um filme com tudo no sítio (quer a nível do argumento principal, quer na introdução estratégica do argumento secundário) e uma das melhores maneiras de acabar 2006.

É pena só voltarmos a ver Nolan e a sua equipa em 2008...

(9/10) * * * * *

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