Óscares : A desilusão azul numa noite confusa
Não sei o que se passa com a Academia. De ano para ano é cada vez mais difícil encontrar a identidade numa cerimónia empenhada em capturar o público dos MTV Movie Awards. A cerimónia foi confusa. Os hosts nunca se chegaram a encontrar no meio de tanto caos (eram apenas uns tipos que apareciam de vez em quando a dizer umas larachas) e houve um momento em particular que me deixou estupefacto:
Como é possível que os protagonistas de alguns dos maiores escarros cinematográficos dos últimos anos (e aqui estou a falar da Twilight Saga), apareçam a homenagear um género tão digno como o terror? Pior, como é que alguém se atreve a colocar esses escarros em pé de igualdade com o The Shining ou o Rosemary's Baby? Se não fosse pelo hilariante vídeo introdutório de Baldwin e Martin (aquele ao estilo de Paranormal Activity), acreditem que nesse momento estive a um passo de atirar o candeeiro à televisão. No final, até o Tom Hanks parecia estar já farto daquilo tudo (despachar o principal prémio da noite em 5 segundos é coisa que não se faz)
Sobre o cinema propriamente dito, o The Hurt Locker deu, e muito bem, um baile ao Avatar (o que nas principais categorias até era de prever, tendo em conta as movimentações de bastidores nas últimas semanas), o prémio de Melhor Realização foi finalmente parar às mãos de uma mulher e o Jeff Bridges lá conseguiu o merecido reconhecimento. Fico ainda contente por a incompreensível e pretensiosa onda anti-Pixar não ter chegado à gala.
Em relação ao Tarantino, amigo, se me estás a ouvir: tu não precisas disso, pá. Já há muito que tens o teu lugar na história do cinema.
P.S. Devo confessar que, depois de estar tantos meses a dizer que seria uma injustiça se o Avatar ganhasse o Óscar, é um pouco estranho ver que, de facto, o Avatar não ganhou o Óscar. Tiraram-me o prazer de protestar.
P.S.2. Ainda não conhecem os vencedores?