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Amanhecer em "Gotham"

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Temporada 1 - Ep.1 a 10

Quando a Fox anunciou "Gotham" em setembro do ano passado, a coisa prometia bastante. As primeiras indicações apontavam para uma espécie de prequela do Batman na televisão, mais Nolan do que Burton, talhada para aproveitar a relevância e sobretudo o prestígio do formato televisivo dos últimos anos (vade retro Batman de 66). Não haveria sinal do Cavaleiro das Trevas e o protagonista seria a cidade mais corrupta do universo DC. Era arriscado, mas prometedor. 

Passados 10 episódios "Gotham" chegou à sua fall finale (que é como quem diz, a meio da temporada) e o melhor que podemos dizer é que ainda esta à procura do caminho das pedras. De entre referências mal cozinhadas e protagonistas com problemas de afirmação, podemos contar dois episódios realmente bons (o sétimo e o décimo), o que não é um saldo propriamente positivo por muita boa vontade que se tenha.

A estrutura é a habitual em séries com mais de 20 episódios. Temos um arco narrativo que se mantém constante e que acaba por ser o grande motivo de interesse - muito por culpa do Oswald Cobblepot do Robin Lord Taylor - e depois temos a palha processual com os habituais casos da semana.  

A série tem vários problemas, mas há dois que me causam uma comichão particular. Se por um lado Ben McKenzie não é o ator mais carismático do mundo, facilmente secundarizado, por exemplo, pelo Harvey Bullock do Donal Logue (e nestas coisas não há nada pior que um protagonista ameba), por outro, a escrita dos casos da semana revela muitas vezes uma falta de clarividência infantil à hora de resolver os mistérios. Um par de telefonemas, umas ameaças e temos o culpado perfeitamente identificado.

Se é verdade que não estou particularmente impressionado com a insistência nas referências constantes ao futuro do universo Batman, algumas funcionam bem e como fanboy assumido do Batman não me posso queixar (gostei particularmente da excelente introdução do Victor Zsasz). E claro, se continuo a ver a série é porque também há coisas boas.

O Penguin do Robin Lord Taylor é um achado: hipnótico, com aquele toque de imprevisibilidade e profundidade emocional capaz de levar uma série às costas. O arco narrativo principal está bem construído e quando o deixam respirar já mostrou que é capaz de coisinhas muito interessantes (veja-se toda a tensão acumulada no episódio 7 e respetiva conclusão). 

Com 10 a 13 episódios poderíamos estar perante uma das séries mais interessantes da temporada. Com 23 a coisa vai ser mais difícil. 

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