Para mostrar que continuo vivo e de boa saúde (apesar do avançado da hora), aqui ficam algumas considerações sobre o que se passou durante esta noite lá para os lados de L.A.:
A noite acabou, os Óscares já eram e aqui ficam as habituais notas antes que o meu cérebro se apague de vez. Para o ano há mais.
...
- "Birdman" foi o grande vencedor e "Boyhood" o inevitável derrotado. Mas pelo menos todos os 8 nomeados levaram pelo menos um Óscar para casa. Podia ser pior.
- Já o "Foxcatcher" foi completamente ignorado.
- O Alejandro G. Iñárritu tornou-se no segundo realizador da america latina consecutivo a vencer o Óscar de Melhor Realização. De notar ainda que a categoria de Realização e de Melhor Filme voltaram a unir-se.
- O Michael Keaton perdeu provavelmente a última grande oportunidade de ganhar um Óscar. Mas verdade seja dita, o Eddie Redmayne esteve do caraças.
- Ainda antes da cerimónia começar, já o chapéu do J.K. Simmons tinha ganhado todos os óscares possíveis.
- A Lady Gaga estava a lavar a louça quando se lembrou que os Óscares estavam a começar. Ponto negativo para o agente que não a avisou para tirar as luvas.
- A abertura musical do Neil Patrick Harris foi do caraças. O resto foi... morninho.
- O discurso do J.K. Simmons fez-me ligar para a minha família imediatamente. De notar que eram 2 da manhã e talvez não tenha sido recebido da melhor maneira.
- O realizador do "Ida" derrotou a orquestra. Duas vezes. Que se lixe o sistema!
- Ainda estou para perceber se o número musical do "Everything is Awesome" aconteceu mesmo ou se o bolo que comi à sobremesa continha substâncias ilícitas. Em todo o caso, aquele era o Batman do Val Kilmer.
- Se tudo correr bem, isto vai ser o mais perto que Channing Tatum alguma vez estará de ganhar um Óscar.
- O "Interstellar" não ficou a zero. Já não é mau.
- A Marvel ganhou o seu primeiro Óscar "importante" com o "Big Hero 6". E foi também a maior surpresa da noite.
- O In Memoriam esqueceu-se da Joan Rivers e da carreira do Nicolas Cage.
- John Travolta voltou... e continua assustador.
- Por alguma razão, o pessoal da Academia achou que a Lady Gaga e a "Música no Coração" combinavam. E a coisa nem correu mal.
- O Neil Patrick Harris adivinhou os momentos chave da gala e está neste momento a aguardar um processo do Luís de Matos, por apropriação indevida do truque do totoloto.
- Agora esqueçam isto tudo e vão ver o "Whiplash".
Chegou mais uma gala dos Óscares e consequentemente mais uma noite mal dormida. Aqui fica a atualização dos vencedores ao minuto, porque, basicamente, não tenho mais nada para fazer.
Top:
"The Grand Budapest Hotel" - 4
"Birdman" - 4
"Whiplash" - 3
...
Melhor Ator Secundário - J.K. Simmons ("Whiplash")
Melhor Guarda-Roupa - Milena Canonero ("The Grand Budapest Hotel")
Melhor Caracterização - Frances Hannon and Mark Coulier ("The Grand Budapest Hotel")
Melhor Filme Estrangeiro - "Ida"
Melhor Curta-Metragem - "The Phone Call"
Melhor Curta-Metragem Documental - "Crisis Hotline: Veterans Press 1"
Melhor Mistura de Som - "Whiplash"
Melhor Edição de Som - "American Sniper"
Melhor Atriz Secundária - Patricia Arquette ("Boyhood")
Melhores Efeitos Visuais - "Interstellar"
Melhor Curta-Metragem de Animação - "Feast"
Melhor Longa-Metragem de Animação - "Big Hero 6"
Melhor Cenografia: "The Grand Budapest Hotel"
Melhor Fotografia: "Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance)"
Melhor Montagem: "Whiplash"
Melhor Documentário: "CitizenFour"
Melhor Canção Original: Glory ("Selma")
Melhor Banda Sonora Original: Alexandre Desplat ("The Grand Budapest Hotel")
Melhor Argumento Original: "Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance)"
Melhor Argumento Adaptado: "The Imitation Game"
Melhor Realização: "Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance)" - Alejandro G. Iñárritu
Melhor Ator: Eddie Redmayne (The Theory of Everything)
Melhor Atriz: Julianne Moore (Still Alice)
Melhor Filme: "Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance)"
São cinco da matina e a grande noite dos Óscares já era. Aqui ficam algumas notas antes que meu cérebro se apague de vez. Para o ano há mais.
***
Ainda antes da cerimónia começar já se fazia história na passadeira vermelha: Jennifer Lawrence (#JLaw) pode não ter ganhado o Óscar mas voltou a cair... e o Twitter explodiu.
O prémio de photobomb da noite, do ano e quiça do século foi para... Cumberbatch.
A Ellen começou morna mas foi melhorando ao longo da noite. Até ao momento em que apareceu vestida de fada. Isso foi só parvo.
O Jared foi um dos vencedores da noite. E quem quer que tenha pensado nisto também.
Parece que o chapéu do Pharrell continua vivo e de boa saúde.
Não houve Pixar, mas houve Disney. Lasseter não perdeu o toque.
Um Óscar honorário para o Steve Martin foi fofo mas para quando um Óscar a sério?
A Ellen tirou uma selfie a meio da cerimónia com o pessoal das primeiras filas e o Twitter explodiu... outra vez.
O grande Bill Murray homenageou o Harold Ramis e a minha infância chorou.
Eram 3h40 quando a Pink começou a cantar o Somewhere Over The Rainbow vestida com os sapatos da Doroty. Só para que conste.
As montagens genéricas dos tributos aos heróis seriam perfeitas... se não existissem vídeos mais criativos e originais no You Tube.
O John Travolta parece cada vez mais o boneco de um ventríloquo.
Se a Cate Blanchett não ganhasse, a Academia podia fechar as portas.
O aborto policromático "The Great Gatsby" ganhou dois Óscares. O "The Wolf of Wall Street" e o "American Hustle" nenhum. Repito... nenhum.
A maldição DiCaprio continua. Lamento Leo mas o McConaughey merecia.
O "12 Years a Slave" levou o Óscar de Melhor Filme mas não ganhou mais nada importante, por isso não conta.
O "Gravity" ganhou tudo o que havia para ganhar menos o que importa, por isso não conta.
P.S. A lista detalhada dos vencedores está no post anterior.
Desta vez parece que o Tom Hanks foi ignorado à grande e à francesa pela Academia. Para regozijo do Leo Di Caprio, ainda não lhe perdoaram aquelas coisas que andou a fazer com o Ron Howard.
Ficou ainda comprovado (mais uma vez) que não há categoria de melhor Atriz sem Judi Dench e Meryl Streep e que, por alguma razão ainda não totalmente esclarecida, a Academia engraça mesmo com o David O. Russell.
Por outro lado, é sempre fofo ver o Studio Ghibli nestas andanças, mesmo que seja só para marcar presença, já para não falar no português Daniel Sousa, nomeado com a sua curta de animação.
Eu sei que tinha dito que não voltaria a falar nos Óscares mas como é por uma boa causa espero que me perdoem a afronta.
Se visitam este estaminé regularmente sabem que nutro uma especial admiração pela irreverência verborreica de Quentin Tarantino. Como tal, e para encerrar definitivamente o assunto Óscares, aqui fica a conferência de imprensa que ele deu depois de ter recebido o Óscar de Melhor Argumento Original, onde explica, de uma maneira muito própria, a origem da pronúncia australiana do seu personagem em Django Unchained.