25 anos de IMDb (e como já não podemos viver sem ele)
Se me dão licença, e como a data é de festa, vou dar um saltinho a 1998, mais propriamente a uma escola secundária algures no centro do país.
Uma professora de informática pede a um jovem e impressionável J.B. para fazer um site sobre um tema à escolha (na realidade não me pediu só a mim mas como a memória é minha, os outros que se danem). Como "puto que adora ver filmes" que ainda hoje sou, resolvi fazer uma página sobre as estreias do ano. Era uma coisa em HTML, manhosa, feita em Front Page, e estava cheia daquelas porcarias comerciais que hoje são abominadas por qualquer cinéfilo eletrónico de respeito.
Já não sei ao certo qual era a minha dúvida, mas recordo-me que estava relacionada com o "Armageddon" (lembro-me de um comentário solto sobre o pobre Harry, que se sacrificou para salvar o totó do namorado na filha, inundando a sala de lágrimas e soluços). O que interessa aqui é que a professora sugeriu-me que visitasse um tal de "Internet Movie Database", um site que tinha tudo o que era preciso saber sobre filmes. Era uma coisa nova, feita por uns putos americanos que só queriam falar de atrizes jeitosas na jurássica Usenet. Na realidade não era assim tão novo (já tinha quase 8 anos), mas o resto estava certo. Tinha, de facto, tudo o que era preciso saber sobre filmes.
Esse foi o meu primeiro contacto com o colosso das pesquisas cinéfilas e hoje em dia é raro o dia em que não lhe faça uma visita.
Na semana em que cumpre os 25 anos de vida, o IMDb é uma ferramenta indispensável em qualquer discussão sobre cinema que se preze. Para o bem ou para o mal, longe vão os tempos em que alguém podia afirmar convictamente que o Regresso ao Futuro tinha sido realizado pelo Steven Spielberg sem que uma legião de justiceiros da verdade erguessem os seus telemóveis inteligentes em busca do conhecimento supremo.
Parabéns IMDb. Sem ti isto não seria a mesma coisa.